27/06/2007

Cazuza vai ganhar muitas homenagens em 2008

Lucinha Araújo, que esteve nesta terça-feira, 26, no show “Loucos por Música”, no Vivo Rio, no Rio de Janeiro, revelou que 2008 será marcado por homenagens a seu filho, o cantor Cazuza. “Ano que vem, em abril, ele completaria 50 anos”, disse ela ao EGO.

Segundo a mãe do cantor, já há uma série de shows programada no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). “Vamos ter muitos eventos e shows”, contou.

Lucinha também revelou que adoraria ter a vida de Cazuza contada no projeto “Por toda a minha vida”, da TV Globo, que tem mostrado a trajetória de músicos importantes do país. “Ainda não me procuraram. Talvez estejam esperando um pouco por causa do sucesso recente do filme 'Cazuza', mas eu ficaria muito feliz”.

O excessivo Cazuza teve uma vida louca, muito louca, mas breve – morreu aos 32 anos, vítima da AIDS. Costumava dizer que “preferia viver dez anos a mil do que mil anos a dez”. O cara não era do tipo de pessoa que falava as coisas por falar. Ele realmente vivia a mil. Cético, dizia não acreditar em vida após a morte. Logo, não media esforços em aproveitar a sua intensamente. Vida regada a muito whisky, cigarros (de todos os tipos), drogas, sexo, boêmia, confusões...

Cazuza marcou demais a minha vida. Morto em 1990, apenas dois anos depois do nascimento de minha filha, também ela traz grandes recordações, por influência minha e do pai dela. Lembro-me que, por ocasião do lançamento do filme 'Cazuza - O tempo Não Pára', fui com ela assistir, logo no primeiro dia.

Obviamente, muita coisa importante de sua vida ficou de fora da produção: a relação com Ney Matogrosso, a amizade com outros músicos, como Caetano, Gil, Rita Lee, Lobão, a cusparada na bandeira do Brasil durante um show, que rendeu muita polêmica, a mágoa com a revista Veja, por conta de uma entrevista tendenciosa e sensacionalista e muitos outros fatos.

Daniel de Oliveira, o ator que, na opinião do pai de Cazuza é o ectoplasma do cantor, dedicou-se intensamente por quase dois anos para viver o personagem. Ele alugou um apartamento no Leblon – onde o músico viveu por muito tempo – ouvia as canções de Cazuza o tempo inteiro, leu o livro de Lucinha, assistiu a vídeos, shows, arquivo da família e adaptou o sotaque do “mineirês” para o “carioquês”.

Mais do que isso chegou a emagrecer 11 quilos para viver Cazuza nos momentos finais de sua vida, fez aulas de canto, recebeu apoio psicológico para incorporar o “estilo cazuziano” e até montou uma banda. Tudo isso para, segundo ele, "viver o Cazuza e não interpretá-lo".

Chorei muito, de mãos dadas com minha filha, igualmente aos prantos, durante a maior parte da exibição: do momento em que o intérprete de um Cazuza já debilitado mergulha no mar, até o final. Eu e ela, duas gerações, uma das quais não desfrutou do talento de Cazuza enquanto vivo, unidas pela mesma emoção.




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