29/12/2007

Mon amour


ela aparece ao entardecer,
quando o vento norte corre no ar
tão quente que derrete as conchas no mar,
me ama com a fúria de arco-íris tropical,
meus nervos retesados como cordas de violino
tocam a Sinfonia Macabra e o quarto se esvai
em silêncio selvagem mergulhado em
vermelho sangue e preto Somália,
ela me esfola, me deixa em carne viva,
crava as iniciais nas minhas costas ardidas,
me seduz como gata no cio,
me retalha com um sabre naginata kachigumi,
relincha como égua soberana dos cavalos
e eu, príncipe das mulas pardas,
insemino nela gotas de caviar,
por ela me injeto toda a heroína da Conchinchina,
assisto extasiado sua dança de fada endiabrada
pelas praias da Ilha Grande,
às vezes ela parece tão estranha,
mas é a única garota que conheço
que cavalga em pêlo e sem esporas
e recita o poema Hiroshima Meu Amor

"Berr...bum, bumbum, bum...

Ssi...bum, papapa bum, bumm

Zazzau...Dum, bum, bumbumbum

Prä, prä, prä... râ, äh-äh, aa...Haho!..."

com alma eqüina.

- Iosif Landau -


Porque tudo que ele escreve me deixa inquieta, encantada, surpresa, angustiada, feliz, pensativa, apreensiva, extasiada...Uma pessoa capaz de me causar tantas sensações diferentes, e tudo ao mesmo tempo, só poderia ser muito, muito especial.

(mais de Iosif Landau aqui e aqui)

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