15/11/2008

O busão nosso de cada dia

Eu adoro observar pessoas dentro dos ônibus. Acho muito engraçado o cidadão que se mexe ao som do sua música absurdamente alta enfiada nos ouvidos, o povo que dorme a sono solto e nem se dá conta das cabeçadas e caretas que fazem, os sem-noção que, mesmo estando o coletivo cheio, se acham mais espaçosos do que o espaço real, os homens que teimam em sentar-se de pernas abertas (escancaradas) privando as moçoilas de qualquer conforto ao seu lado - um dia ainda vou patentear um aproximador de joelhos tabajara -, os vários celulares tocando música de todo tipo - evangélicas, funk, hip hop - sem um dispositivo básico de boa educação, que é o fone de ouvido, enfim....coisas que eu acho que só acontecem em ônibus de quem mora mal, como eu.

Graças a Deus abandonei a esquisita mania que eu tinha de observar orelhas. Gente, eu não sei se isso era algum tipo de TOC (transtorno obsessivo compulsivo), ou se era loucura mesmo, mas eu não conseguia evitar. Já repararam que uma orelha do mesmo indivíduo nunca é igual à outra? Pois é....totalmente sem importância e nem sei porquê falei disso agora....rs

Ônibus é uma coisa esquisita. Tem coisa mais desagradável do que entrar num busão que leva quase uma hora e meia para chegarmos ao nosso destino, isso às 6 da manhã? Não, não tem. No meu caso, o bonde está sempre lotado, e junto com a distinta lotação, somos obrigados a aguentar o cheiro. Ou melhor, os cheiros.

É cheiro de perfume de quinta, cheiro de suor (ééééé...às 6!), cheiro de casaco guardado, e o pior de todos: cheiro de creme de cabelos, aquele que se usa para pentear, sem enxague. Geralmente quem usa desse artifício para parecer ter cabelo bom, sempre senta na janela, para mantê-la bem fechada afim de não despentear as madeixas. Já viram uma janela toda besuntada de creme para cabelos, porque a criatura escosta na janela para dormir e vai esfregando a cabeça desgovernada no pobre do vidro sem sentir? Eu já, várias vezes.

A linha de ônibus que eu uso diariamente faz o trajeto Barra da Tijuca - Vila Kennedy - Barra da Tijuca. Bairro nobre ligando a periferia. Nada contra pobre, porque também sou, mas educação não depende de dinheiro. Eu ODEIO ter que ouvir a conversa dos outros, as gargalhadas exageradas, o povo falando alto no celular. Odeio que invadam o meu espaço de reclusão e fico revoltada quando topo com pessoas assim.

Um dia ainda vou ter um carro e ficar livre disso para sempre!!

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