10/03/2009

Tricotadinha básica antes da eliminação

O encontro de Ana Maria Braga com os confinados, na casa do BBB, hoje pela manhã, resultou num festival de besteirol, em rede nacional. O objetivo da apresentadora era fazer um debate com o pessoal sobre o caso do aborto realizado na menina de nove anos que foi estuprada e engravidada pelo padrasto, em Recife, tendo como conseqüência a excomunhão de todo o pessoal envolvido no caso. Por designação de Ana Maria, a primeira a falar foi Naná “por ser a mais experiente e de opiniões mais fortes”, segundo a apresentadora.

Ela até começou a opinar bem, declarando: “sou contra o aborto, mas que nesse caso sou a favor. É uma criança de nove anos, ela nem sabe o que está se passando. É revoltante! O Arcebispo teve essa atitude de isentar o padrasto... Ele devia ser o primeiro. Mas, fazer o quê? “Neste ponto, de repente, parece que baixou a pomba gira em Naná e ela soltou esta inconvenientíssima declaração “Não sei, é difícil, eu mataria o estuprador". Ai, muDeusduxéu! Uma pessoa de 61 anos de idade dizer tamanha asneira em rede nacional é o cúmulo da sandice. Dizer-se capaz de cometer assassinado numa sociedade já tão violenta, na qual matar tornou-se um ato banal, onde a extingue a valorização da vida cada vez mais se vai extinguindo, é no mínimo um ato leviano e inconseqüente.

Mas o pior ainda estava por vir com o parecer de Ana Carolina... Foi outro ai, Jesus, me acuda! Outro festival de oratória acéfala! A bacharela em Direito, passou por cima dos seus conhecimentos da lei para se esparramar num comentário digno de uma sem noção: "Este bispo aí nunca foi pai e nem mãe para saber o que sente uma menina dessa! É degradante, uma mulher nunca vai esquecer um estupro. Imagina uma criança! A mãe dela não viu o que acontecia?” É um espanto a cultura dessa bacharela que não se atreveu a dar uma opinião pautada na lei, pelo menos para defender o direito da criança frente às leis dogmáticas e rígidas da igreja.

Depois de Naná e Ana darem sua opinião, Priscila pede a palavra. A morena diz que pensa no castigo que o padrasto que abusou da menina terá, afirmando: "Eu também sou a favor do aborto. Uma coisa que me agrada muito saber são as conseqüências que esse padrasto vai ter dentro da prisão", opina a jornalista, aludindo aos estupros que este sofrerá dos outros presos (ai, meu São Benedito! Como pode uma barbaridade dessa agradar?). Flávio também disse que pensa na punição, mas acha que “a excomunhão não seria um castigo justo para o padrasto. Ser excomungado para ele seria muito pouco. Não seria a justiça do arcebispo que diria a ele quanto ele está errado", diz o ruivo.

Ana Maria ainda tentou encaminhar a discussão para a dicotomia Lei/Igreja Católica, já que se constituem como os pólos antagônicos da questão, perguntando se alguém mais é contra ou a favor do aborto nesse caso e Max deu sua opinião, por sinal a melhor de todas: "Sou contra a banalização do aborto. Se as pessoas têm a consciência do que estão fazendo numa relação, fugir da responsabilidade de ter gerado um filho é um disparate. Mas, nesse caso extremo, é mais do que compreensível que aconteça. Mas eu entendo a posição do arcebispo. É a posição milenar da igreja, ela vem discutindo a questão da defesa da vida há quase dois mil anos, mas ela não se renova, ignora as mudanças na sociedade e continua como sempre foi desde o seu início. O arcebispo estudou anos e anos para isso. Não é uma questão de lógica", diz o artista plástico. O arcebispo está no seu papel, defendendo uma posição que se propôs defender.

Essa visita de Ana Maria pareceu-me mais uma pegadinha para testar a capacidade dos confinados para posicionar-se, de forma madura e argumentativa, sobre um assunto sério e polêmico. O resultado foi o que se viu. Uma lástima!

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