08/03/2009

Tricotando o moribundo BBB9

É lastimável que um programa, que sempre foi palpitante e cheio de emoções, tenha caído no marasmo e no tédio na metade do seu tempo de duração, quando ainda conta com a metade dos participantes, tornando-se cansativo e sem atrativo para quem o assiste. Costumeiramente, o programa ficava tedioso quando chegava próximo ao final, com apenas quatro pessoas. Mesmo assim, o BBB5 e o BBB7 chegaram ao dia do encerramento com o público cheio de interesse e as torcidas vibrantes de entusiasmo.

Apesar da entrada ruidosa de André e Maíra na casa, desaprovada pelo público, mesmo causando reboliço e acirrando os ânimos já estremecidos, o jogo continuou no maior o pique, era interessante e convidativo. A sua queda vertiginosa teve início logo após a eliminação de Ralf, resultante da farsa lacrimal montada por Naná e Ana, depois das manobras com a imunização, tirada de Ralf por Ana para salvar Maíra, mesmo ambas sabendo que Ana seria indicada para o paredão, como, de fato, foi.

A eliminação de Ralf teve repercussões desastrosas para o GrupoB, na medida em que meteram na cabeça a idéia de que o jogo está perdido para eles e que só lhes resta o terceiro lugar, pois os dois primeiros lugares já estavam desenhados pelo público que apoiou o drama mexicano protagonizado por Naná e Ana sair. Desencantados, Flávio e Max decidiram parar de jogar e fazer da casa um SPA, Francine, Milene e Priscila perderam o ânimo, e todos aderiram ao estilo “bela adormecida” já assumido por Ana Carolina: dormiam quase o dia inteiro e recolhiam-se cedo à noite. Flávio, quando não estava dormindo, gastava seu tempo cortejando Maíra de forma irritante e repetitiva ad infinitum.

Se assistir ao programa já estava duro de roer, pior ficou após os barracos protagonizados por Maíra e Francine, pelas consequências desastrosas para o relacionamento entre os dois grupos que passaram a dividir a casa: o grupo de Naiá com suas pupilas e o grupo B ainda unido e sobrevivendo aos paredões que se comunicam o mínimo necessário, gerando um clima pesado, até nas festas que já não têm a alegria de antes, nem as brincadeiras e danças em conjunto que nos motivava a ficar madrugada adentro no PPV.

Enquanto o grupo B, mesmo amargando seu desencanto pelo jogo e sua descrença no programa, tenta reagir e encarar com menos desânimo o desenrolar da trama urdida pelas edições tendenciosas, voltando a brincar entre eles e a se reunirem para reorganizarem suas estratégias, Naiá e suas pupilas investem o tempo de vigília falando mal de todos dentro da casa, inclusive uma das outras. Maíra não poupa ninguém das suas maledicências, enquanto Joseane não exclui nem a Mãezinha e sua filhinha caçula.

Em conversa com Flávio sobre Ana na xepa, Joseane alfineta a catarinense: "Ela é uma pessoa quando a Naná está próxima, e outra quando não está com ela", diz Joseane. "É que ela está se sentindo acuada", explica Flávio. A cantora continua falando da relação entre Ana Carolina e Naiá. "Eles pegaram essa relação da Ana e da Naná como uma coisa muito forte no BBB9. E isso nunca aconteceu", comenta a cantora. Flávio concorda. "Ela só é essa pessoa que ela diz ser quando a Naná está por perto", completa Joseane.

Por outro lado, Naná também critica Ana e a ridiculariza, como testemunhei na quarta-feira numa conversa entre ela, Maíra e Joseane, na qual comentavam que Ana sempre quer ser a melhor de todas na casa. Naiá imitava até a voz e a gesticulação da “filhinha adorada”: “Naná, eu sou a mais bonita, meu corpo é o mais bem feito, sem estrias, sem celulite. Também sou a mais gostosa, olhe meu corpo”, repetia a mãezinha as gabolices de Ana, às gargalhadas com as outras duas, que confirmavam tudo.

Agora ouvir a voz chorosa e infantilizada da mimada Ana, a voz estridente e aguda de Naná e a voz monocórdica de Joseane é um súplicio de tântalo, especialmente porque não conversam nada que nos divirta ou que seja interessante, sempre falando mal dos outros. Mais torturante ainda é quando estão sós Naná e Ana conversando sobre doenças. Outra coisa é ver como tudo é mais interessante na convivência do Grupo B. Mesmo quando Francine e Milena soltam o veneno contra Naná e suas pupilas, as críticas são sempre revestidas de comicidade e leveza, divertem e não cansam, até porque não são o tema dominante nas conversas delas e nas de Max com Fran e Flávio.

A saída de Ralf significou um prejuízo para o jogo. Ele apesar de tedioso quando falava, sabia analisar e perceber o jogo de forma geral, captando a linguagem das jogadas de cada um, decodificando-as e usando-as no momento preciso. Nem a novata Maíra escapou à sua percepção aguçada do seu jogo de sedução com as bijuterias. Por isso, Max o respeitava e o considerava um grande estimulante adversário no jogo. Pena que Max tenha sido tão desastrado na sua escolha para o paredão, perdendo a grande oportunidade de fazer o paredão entre Naná e Ana. Se tivesse sido menos arrogante e metido a grande estrategista, o que nunca foi, Ralf estaria na casa, Ana andaria com os próprios pés, quiçá conquistando mais simpatias em torno dela, o jogo não teria decaído tanto e teríamos, de fato, uma das melhores edições do programa no BBB9. A esta altura, não nos adianta chorar o leite derramado. Conformemo-nos e oremos pela moribunda edição ao som do réquiem de Mozart.

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