16/05/2009

Anjos e Demônios

Quem não apostava no sucesso de “O Código Da Vinci” em 2006? Depois de liderar por meses as listas de livros mais vendidos do mundo, a obra de Dan Brown ganhou uma adaptação para os cinemas estrelada por um dos atores mais queridos do mundo - Tom Hanks - e propagandeada meses antes de sua estreia. O faturamento do longa em suas primeiras semanas autorizou rapidamente uma nova produção baseada em um livro de Dan Brown, “Anjos e Demônios”.

A greve dos roteiristas de Hollywood, em 2007, atrapalhou os planos dos produtores, que queriam colocar a continuação nas telas o mais rápido possível, no fim de 2008. Robert Langdon teve de aguentar mais seis meses até tomar os cinemas de assalto novamente: “Anjos e Demônios” chegou aos cinemas em 15 de maio com a responsabilidade de se aproximar ou ultrapassar os US$ 758 milhões arrecadados por seu predecessor.

Predecessor? Na trama de Dan Brown, os eventos de “Anjos e Demônios” ocorrem antes de “O Código Da Vinci”. Mas, nos filmes, a ordem se inverteu. “Anjos e Demônios” funciona muito mais como continuação do filme de 2006. Logo no começo, Robert Langdon (Tom Hanks, menos canastrão e sem mullets) chega a ser lembrado dos problemas que teve com o Vaticano em suas investigações em Paris.

Convocado pela Igreja Católica, Langdon é levado até Roma depois de decifrar um ambigrama (palavra que podem ser lida rotacionada ou invertida). A conclusão do simbologista é a de que os Illuminati, membros de uma antiga seita dissidente da Igreja Católica, voltaram à ação em busca de vingança em pleno conclave (reunião que escolhe o novo Papa, morto logo no começo da trama).

Na Itália, Langdon descobre que os membros da seita sequestraram quatro cardeais, tidos como principais sucessores do Papa, e pretendem matá-los, um a um, até o fim do dia. Os Illuminati também detêm uma amostra de antimatéria roubada do CERN, o maior acelerador de partículas do mundo. Em mãos erradas, ela pode se transformar em uma bomba de capacidade destrutiva inigualável, que os membros da seita pretendem utilizar na Cidade do Vaticano, lotada de fiéis à espera do nome de seu novo líder.

Langdon inicia suas investigações com o auxílio de uma biofísica do CERN Vittoria Vetra (Ayelet Zurer) e do “camareiro” do antigo Papa (Ewan McGregor), sempre acompanhados de perto pela Guarda Suíça, a polícia do Vaticano.

A lógica da trama, a partir daí, é a mesma de “Da Vinci”: Langdon decifra pistas espalhadas por toda a cidade com a destreza de um detetive inglês, passa por cima das autoridades e questiona sua racionalidade em dois ou três momentos (para, apenas, reafirmá-la depois). Como no primeiro filme, o simbologista também não esboça a menor reação pela bela mocinha que o acompanha. A Igreja Católica, que atacou “O Código Da Vinci” em seu lançamento, decidiu silenciar a respeito de “Anjos de Demônios” para evitar dar publicidade gratuita ao longa. E não há motivo para escarcéu: apesar de profanar alguns rituais e templos católicos durante a investigação de Langdon (o que causou problemas para o diretor, Ron Howard, que disse que a Igreja atrapalhou as filmagens das cenas em locação), o longa termina por fortalecer um discurso apaziguador entre ciência e fé que não poderia soar mais politicamente correto. (Fonte: Diego Maia - Abril.com).

Quando eu li O Código da Vinci, fiquei meio transtornada. A cada capítulo devorado em 4 dias, eu não conseguia separar - ou identificar - o que era real ou ficção. A afirmação de que Maria Madalena teria sido esposa de Jesus e com ele teria deixado uma linhagem me deixou bastante confusa. Até li alguns dos Evangelhos Apócrifos na tentativa de me livrar de um pouco da minha ignorancia sobre o assunto.

Até os dias de hoje o que parte das pessoas tem em mente sobre Maria Madalena é que ela era uma prostituta arrependida de seus pecados e salva por Jesus.

A Igreja por quase 2 mil anos estigmatizou Madalena como uma mulher promíscua, devassa. Somente no ano de 1969 é que o Vaticano acabou corrigindo essa afirmação, ou seja, 1.378 anos mais tarde.

Assim como O Código da Vinci, Anjos e Demônios também mexe com os mistérios do Vaticano e da Igreja, trazendo para a telona os Illuminati, uma antiga sociedade secreta e anti-religiosa, que ressurge para terminar seu “destino histórico” – a destruição da Igreja Católica.

Sabadão chuvoso, frio no Rio de Janeiro. Que tal pegar um cineminha?

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