19/09/2009

Os globais e a dependência química

Em entrevista concedida ao Fantástico, no domingo passado, Fábio Assunção abriu o jogo e falou sobre o tratamento ao qual foi submetido para se livrar do vício das drogas. O ator disse que ainda segue em tratamento. "Eu não me sinto completamente curado e não quero me sentir. Porque eu não posso fingir que essa doença não existe, eu tenho que ter respeito por esse 'diabinho'. Mas estou encantado de como a recuperação é uma coisa boa", afirmou.

Após ficar dez meses afastado da mídia, esta foi a primeira vez que Fábio Assunção falou sobre o assunto. "Eu nunca falei sobre isso, porque é uma coisa tão íntima. É muito difícil administrar a dependência química com qualquer coisa. Já tinha alguns anos que estava assim, mas nos últimos três, quatro anos, as coisas ficaram mais difíceis. Chegou uma hora que eu fiquei perdido, eu não sabia que dia da semana era e eu tinha medo de marcar compromisso. É muito duro você dizer que não vai fazer uma coisa e fazer", contou.

Sobre o tratamento, o ator contou que ficou cinco meses em uma clínica e que recebeu o apoio da namorada, Karina, e dos pais. "Eu fiquei quatro meses em uma clínica fechada e no quinto mês fui para um lugar em que poderia receber visitas, em que pude ver meu filho, que é a minha maior riqueza."

No ano passado, Fábio teve de abandonar a novela Negócio da China para se tratar contra a dependência química. "Demorou para eu perceber que precisava me cuidar, demorou mesmo e esse era o primeiro passo para a cura. Nesse período, eu tinha medo de ser rejeitado, de ser visto como má companhia. No ano passado, eu tirei um peso das minhas costas. Já que as pessoas sabiam, decidi me cuidar. Qualquer tratamento é mais fácil, do que viver com drogas. Não vou dar brecha para que a minha vida volte a ser como antes. Eu brinquei com uma coisa perigosa", afirmou.

O ator contou que estará na próxima minissérie da Globo, Dalva e Erivelto, e que faz aulas de canto para interpretar o protagonista Erivelto. "Estou voltando muito positivo, com pessoa
s que acreditam no meu trabalho, mas não quero continuar falando sobre esse assunto. Obrigado por me dar a oportunidade de falar pela primeira vez", agradeceu o ator à Patrícia Poeta.

Seguindo o exemplo do ator global, a atriz Fernanda Torres, em entrevista à ISTOÉ, conta que usou drogas durante anos - em especial, a cocaína, que considera "o pior demônio". Mãe de dois filhos pequenos, Joaquim e Antonio, e casada há 13 anos com o diretor Andrucha Waddington, Fernandinha considera os remédios para regular humor uma espécie de droga contemporânea. "É a geração Rivotril", diz, referindo-se a um tranquilizante.

Fernanda foi casada com o jornalista Pedro Bial durante dois anos e com o diretor teatral Gerald Thomas, por quatro. Hoje se considera "um exemplo". A atriz está fazendo a sua estreia como autora de teatro com a peça "Deus É Química", em cartaz no Rio de Janeiro. Trata-se de uma corajosa abordagem sobre o uso de drogas e de antidepressivos que termina fornecendo o número de telefone dos Narcóticos Anônimos.Além de falar de drogas, traição e política, faz uma bonita declaração de amor à mãe: "Ser filha da Fernanda é uma bênção."

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