
O BBB não é necessariamente vitrine de virtudes nem de vícios. Tantas
vezes desrespeitosa e desequilibrada, Ana Paula não é um exemplo, mas
merece toda compaixão e nos inspira a reflexão. Ana, a louca. Já em seu
primeiro paredão, eu dizia: "Você, que ao expor, se expõe. Você
descontrole. Você que quer holofote na cara da verdade. Você que quer
escancarar. Faísca, você arrisca. Você, rá!" Você que passa do ponto.
Passou, ô, se passou, passou muito do ponto. Hoje eu posso concluir:
você, que engrandeceu o jogo ao relativizar falsos bem e mal absolutos.
Ironia, você que trouxe o relativismo, foi vítima de sua busca pelo
absoluto. Você que - tava na cara - era destinada a arder no fogo que
acendeu. Você que não teve medo de ser odiada como vilã e foi amada como
anti heroína. Você. que mesmo na hora da briga, não perdia o humor,
pois enxerga o ridículo de nossas paixões e tem a grande virtude de
saber rir de si mesma.
Você, criança perversa ou criança perdida? Você que tem demais e nada
basta, você é, a um só tempo, mimada de carente. Você, generosa, viu a
solidão de Ronan e o trouxe de volta. Você, esperta, percebeu o brilho
de Munik e com ela formou. Você e sua intuição ativa, que é como se
chama inteligência no BBB. Você que disse bonito "meu objetivo era enxergar um rumo pra minha
vida". Rumo que buscava desde sempre arriscando, testando, provocando,
até chegar ao rumo que se chama limite. Esse é o rumo que você buscava
aqui e o BBB deu pra você: limite, uma forma muito generosa de amar.