24/03/2009

Um menino que tem medo de chorar!

Logo mais à noite, saberemos se o resultado do julgamento do povo foi ou não favorável a Max. Espero que sim. Não por considerá-lo um rapaz bonito, bom caráter, um exemplo de jovem correto, equilibrado, comedido, sem vícios, alegre, talentoso e de bem com a vida. Não que estas qualidades não fossem suficientes para fazer dele uma pessoa digna de ser campeão do BBB9. Essas são apenas algumas das qualidades do carioca que me encantou desde a primeira semana na casa. O conjunto completo vai muitíssimo além desta amostragem. Mas prefiro falar do Max enquanto jogador em um jogo observado por milhões de pessoas dispostas a criticá-lo e a defenestrá-lo, se não procedesse de forma impecável.

Max entrou no BBB9 assumindo declaradamente o dificílimo papel de jogador em um jogo, onde a grande maioria dos que participaram das edições anteriores, empenhavam-se em negar suas condições de jogadores, diziam que não estavam jogando, como se jogar não fosse a proposta principal do BBB, como se ser jogador fosse algo pejorativo e desonroso para quem joga. A partir dessa forma equivocada de enxergar a verdadeira natureza do BBB, o jogo inerente ao programa no Brasil, além de inevitável e necessário, passou a ser encoberto e clandestino nos porões obscuros da mentira, da desfaçatez, do embuste e da impostura.

Max sabia que se dizendo um jogador, arriscava-se a ser mal interpretado, incompreendido e julgado pelo público, na mesma medida em que poderia ser mal aceito pelos demais participantes, como realmente foi e continua sendo, apesar de defender o direito de jogar, como prerrogativa de todos, desde que a ética nunca fosse relegada a um plano secundário. Max, além de conhecer muito bem as edições anteriores do BBB, ele é sagaz e observador o suficiente para perceber o que o público aprova ou desaprova.

Mesmo assim, Max acreditou na legitimidade do seu propósito de jogar com ética, trazendo para a sua responsabilidade o difícil desafio que representava ser jogador num jogo limpo que lhe desse a vitória e possibilitasse que dele saísse sem máculas em seu bom nome e em sua honra, sem fama negativa e, principalmente, sem o rótulo de vilão, que o estigmatizaria, como ocorreu com todos que deixaram o BBB apontados como o homem mau da edição.

É bom sabermos que Max estava certo ao assumir-se como jogador e jogar com tanta ética e bom caratismo, com tanta correção e hombridade e que a sua arriscada decisão foi o seu excepcional acerto, a cartada de mestre que lhe rendeu uma situação de relevo nesta edição. Decerto, depois dele, o jogo passe a ser assumido e levado a sério nas edições vindouras. O que me encanta em Max é justamente o fato de ele ter conseguido se mover no tabuleiro do seu jogo, sem jamais prejudicar alguém, sem jogadas duvidosas.

Max conseguiu uma grande torcida, voltou de três paredões, sem jamais ter feito ninguém como escadinha para a sua ascensão: não apelou para a maledicência, não queimou o filme dos companheiros, não entrou em discussões, respeitou seus adversários, nunca os difamou ou julgou, sempre cuidadoso com as palavras que pudessem atingir a imagem do outro ou prejudicá-lo dentro e fora da casa.

Nesta última indicação, na qual foi mandado para o paredão, com os votos dos amigos e, inclusive, com o de Flávio, ele se mostrou em sua grandeza de alma ao separar “o jogador” que há em cada um, da pessoa, não encarando o fato de ter sido votado como uma ação execrável, mais sim como a obediência a uma norma do programa, que nada tem de pessoal. Sua humildade com o resultado da votação, nesta e nas três anteriores, só tem contraponto com a revoltada reação de Ana Carolina nos vários em que foi a indicada, vitimizando-se e apontando o dedo em riste para os votantes, considerados culpados de crime de lesa majestade.

A acusação de que Max é arrogante é totalmente improcedente. No convívio com o pessoal da casa, ele se mostrou sempre absolutamente o avesso de tal arrogância. Ele é conciliador, maneiroso, respeitador, gentil, carinhoso, educado e discreto. Que não se confunda arrogância com segurança, com auto-confiança, conquistadas a duras penas, em sua luta contra a timidez, contra a baixa estima e contra a insegurança que o perseguiram na infância e na adolescência de criança e jovem carentes. Compare-se ele com Ana Carolina, exímia em suas demonstrações de arrogância, e constataremos a enorme diferença entre os dois. Mesmo diante das arrogantes tentativas de Ana em provocá-lo e arrastá-lo a discussões, que reforçassem a imagem forjada por ela de vítima ou para justificar seu voto nele, Max saiu-se como um cavalheiro, não se exaltando, não sendo grosseiro, apenas se afastando discreta e educadamente.

Não foi por pouca coisa que Max subiu, cada vez mais, no meu conceito. Quando o vejo enfrentando dificuldades, de rosto sério, denunciando a tempestade que tumultua seu coração, sem que verta uma lágrima, lembro emocionada a frase que ele verbalizou respondendo a Bial que lhe perguntara: ”O que se esconde atrás do jogador Max?” E ele a respondeu com essas palavras que dão conta de uma imensa dor escondida na criança solitária e carente que ele foi: "um menino que tem medo de chorar". Sim. Max deve ter tido muito medo de chorar, pois o machismo imperante sempre disse que “homem não chora”. E aquele menino, sem pai, com a mãe separada do padrasto, precisava, dentro de si mesmo, ser um homem, agigantar seu espírito em seu corpo franzino de menino, para a difícil tarefa de ser o homem da casa e o chefe da família, composta por mulheres.

Se sair hoje do BBB9, decerto encontrará muitas portas abertas para oportunizarem-lhe trabalho e a independência financeira da qual tanto precisa e merece, terá a satisfação de saber que projetou a imagem de um homem maravilhoso, em tudo, um grande exemplo para a juventude desorientada do nosso país! Em mim, ficará a certeza que convivi um ser especialíssimo, um homem encantador que todas as mulheres da minha idade adorariam ter como neto ou como um grande jovem amigo. Amo-te, Max! Espero que fique ainda na casa que, sem você, será apenas uma construção vazia e escura, sem alma e sem a lua que vem da sua energia abençoada!

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