28/04/2008


Quatro longos anos. Mil, quatrocentos e sessenta longos dias. Todos os dias você aparecia no meu portão, religiosamente. Seus olhos cor de mel, miúdos, me saudavam com carinho.

Pão e jornal pela manhã. Todos os dias. À noite, eu podia ver seus olhinhos cor de mel me espreitando pela janela da casa ao lado, esperando que eu chegasse do trabalho. Mesmo eu não sendo mais uma menina, esse era o seu ritual. Só então você apagava a luz e dormia sossegado.

A vida ficou muito triste sem você. Os anos passam e a saudade não diminui, não acalma, não dá trégua. Só dói. Muito. Viver sem você é um ato de heroísmo.

No dia em que você se foi, levou também a minha alegria. Saiu você e entrou o vazio. Não consigo apagar da memória o momento em que o encontrei, caído ali no chão.

Meu amor por você será eterno. A saudade vai continuar dilacerando meu peito, mas por você, preciso continuar. Obrigada, pai, por todos os momentos maravilhosos que você me deu, durante toda a minha vida. Seus olhos miúdos, cor de mel, estão gravados no meu coração.

1929-2004

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