09/08/2008

Restaurante do pênis atrai com promessa de "viagra natural"

"Michael Phelps está em Pequim atrás de seus oito ouros, nosso basquete quer recuperar sua majestade, e eu também tenho um objetivo na China. Saborear uma delícia da cozinha local: pênis." O repórter de TV norte-americana grava na frente do restaurante Guolizhuang, que serve o quitute que os chineses acreditam ser ainda mais afrodisíaco que o trio amendoim, catuaba e caracu para os brasileiros.

Na fachada, atrás dele há duas frases de auto-propaganda, como cabe quanto o assunto é genital. De um lado: "prove o pênis, converse sobre o pênis". Do outro: "não diga que não existe uma cultura do pênis."

Logo na entrada, antes das mesas, um mostruário oferece elixires. Por 500 yuans (R$ 125), pode-se adquirir seis frascos de extrato de genitália de urso, que promete ser uma espécie de "viagra natural". Já um exemplar de veado, seco e adornado por um laço, custava 100 yuans (R$ 25). Mais barato estava uma aguardente macerada meses com membros de cobra 200 yuans (R$ 50).

Já com o cardápio aberto, um prato oferece de bandeja nove tipos de "bian" (palavra em mandarim para o pipi): cavalo, burro, carneiro, boi, veado, búfalo, foca, cobra e cachorro. Por 1.920 (R$ 480), para três pessoas. Como meu bolso e o apetite meu e o da tradutora não davam para tanto, pedi um mais simples com três tipos (boi, cabrito e veado), além de testículos bovinos.

Pedido feito, perguntei onde era o banheiro. Quando a garçonete me levou até dentro dele, temi pelo pior, afinal, não sabia a procedência das genitálias. Contudo, ela se foi e pude apreciar a decoração. Em cima dos mictórios, um quadro com um sujeito erguendo halteres com seu instrumento e um retrato de um falo enorme talhado em madeira.

De volta à mesa, o proprietário, James Guo, veio praticar o que disse na frente do estabelecimento: "conversar sobre o pênis". A matéria-prima vem de fazendas da província de Neimeng, no norte do país, na fronteira com a Mongólia.

A cada pergunta, Guo inicia a resposta com uma risada. "Não, não há um público homossexual aqui. A freqüência é de homens querendo melhorar seu desempenho na cama. De uns tempos prá cá, vem muitos estrangeiros para experimentar", conta.

O restaurante foi criado há três anos, uma idéia da família de Guo, formada por especialista da medicina tradicional chinesa, que utiliza de tudo da natureza (minerais, plantas e animais) em chás, poções e pratos para melhorar a saúde, além, é claro, das massagens, mais assimiladas pelo Ocidente.

É hora de comer, e a garçonete chega com panelão sobre um forno elétrico. Dentro uma sopa de tartaruga com especiarias chinesas. Ao lado, pousam potes com três molhos: gergelim, gengibre e apimentado.

Finalmente, ela vai buscar a bandeja com as genitálias cortadas em rodelas e finamente decoradas entre folhas de alfaces, flores e camarões. A garçonete, que diz ter passado por teste rigoroso para obter o emprego, sai de cena, e o proprietário prepara a mesa de apoio onde ferverá o acepipe na sopa de tartaruga.

Guo despeja um tipo de pênis por vez, boi, cabrito e veado. Já fervidos, eles escapam dos palitinhos. Preciso garfá-los para passar nos molhos. Já os testículos de boi ficam todos comigo. "Mulheres não podem comer. Dá efeito reverso. Começa a surgir pêlos pelo corpo dela", explica Guo.

Terminada a comilança, temo dizer que o mais gostoso era o do veado com molho de gengibre. O proprietário me prometeu milagres após pagar a conta, falando que eu vou "make love" dez vezes durante a noite. Olho para a tradutora e não posso perder a piada: "Pode se preparar." Ela ri. Será que é um sorriso de nervoso, de educação ou de alegria?

ECAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!

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