02/01/2009

Sopa de letrinhas (e acentos)

A reforma ortográfica da língua portuguesa tem sido motivo de muita polêmica. Academia Brasileira de Letras defendeu as alterações sob o argumento de que a mudança deve aproximar as culturas dos oito países (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe) que falam a língua, mas alguns especialistas não engrossaram o coro e desaprovaram a investida.

Discussões a parte, as novas regras ortográficas já estão valendo desde o dia 1º de janeiro de 2009, entretanto, até o ano de 2012, tanto a nova forma como a antiga serão aceitas, conforme um Decreto assinado pelo presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva.

Em Portugal, que também aprovou o acordo, as mudanças só devem entrar em vigor em 2014. Dentre as principais mudanças estão o fim trema, dos acentos em palavras como vôo, heróico e muitos outros. A reforma ortográfica também muda as regras do hífen e ainda adota oficialmente as letras k, w e y no alfabeto. É importante ressaltar que as mudanças são apenas nas grafias. A pronúncia das palavras não teve alteração.

Acompanhe as principais mudanças,clique aqui.

O decreto presidencial 6.583 prevê um prazo de transição de três anos para que o Brasil adote a nova ortografia. Até 2012, as duas regras valerão.

Nas escolas, a mudança será sentida à medida em que os novos livros didáticos sejam publicados. Em Portugal, o prazo previsto para a mudança é de seis anos. Os portugueses apresentam maior resistência às novas regras, encaradas por muitos como "de interesse do Brasil".

"O acordo serve interesses geopolíticos e empresariais brasileiros, em detrimento de interesses inalienáveis dos demais falantes de português no mundo, em especial do nosso país", protestou o deputado português Vasco Graça Moura à época da assinatura do acordo em Portugal.

Aos ouvidos de quem não fala português, o acordo ortográfico também soou mais "brasileiro". "É como se os britânicos decidissem escrever, por exemplo, traveler (viajante), como os americanos, em vez de traveller", publicou o jornal inglês The Independent.

Além de Brasil e Portugal, o acordo já foi ratificado em Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Ainda não definiram quando aceitarão o documento Timor-Leste e os africanos Angola, Moçambique e Guiné-Bissau.

Não é querer puxar a sardinha para o prato do brasileiro não, mas comparando-se a população do Brasil e a dos demais países que devem obedecer à reforma, seria mais lógico manter a nossa já estabelecida ortografia e eles lá que se virassem pra aprender as novas regras!

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