03/05/2009

De volta ao passado

Eu sou do tempo em que os bebês usavam fraldas de pano. Pelo menos, para a minha condição financeira, fralda descartável era só para sair, para dormir e para ir ao pediatra. No dia-a-dia eram as boas e antigas fraldinhas que mantinham minha filha sequinha.
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Mas, com o ingresso da mulher no mercado de trabalho e a falta de tempo para lavar e passar tantas fraldas, o modelo descartável veio para ficar, devido à praticidade que oferecem.
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Mas...vamos pensar um pouquinho?

Estudos alegam que para produzirmos 5000 a 6000 fraldas descartáveis (quantidade que uma criança usa nos seus primeiros 24 meses de vida), 5 árvores são necessárias e estas fraldas se não forem queimadas, persistem 450 anos nos lixões da vida. Se forem queimadas, liberam a dioxina, uma substância cancerígena.

Está surgindo um novo movimento que prega a volta das fraldas de pano. Preocupadas com o planeta em que seus bebês vão viver no futuro, mães no Brasil e pelo mundo afora vêm embarcando numa viagem ao passado, com o objetivo de causar menos danos ao meio ambiente.

Essa moda ecologicamente correta ainda está engatinhando. Ligados no futuro do nosso planeta e nos lucros, empresas estão investindo na volta da fralda de pano. Hoje, os modelos ganharam nova roupagem, com o mesmo formato das de plástico. A diferença é que, após o uso, em vez do lixo, vão direto para o tanque ou para a máquina de lavar.

Esse movimento pelo bem do planeta vem ressuscitando ainda os absorventes reutilizáveis, que também voltaram com nova roupagem (vovó deve estar se revirando no túmulo!).

O fato é que cada mulher que usa absorventes descartáveis, joga fora algo em torno de dez mil a quinze mil produtos menstruais durante a sua vida fértil. Isso é o equivalente a dezessete carrinhos de supermercado cheios. A maioria dos absorventes é embalada individualmente, e com plástico, sendo que a embalagem também vai para o lixo. Dependendo do modelo, um absorvente pode levar até cem anos para se decompor totalmente. Isso soa como um crime para os ambientalistas, que acreditam que o uso sustentável de recursos significa reduzir a porção de cada recurso utilizado, reutilizar o que pudermos e reciclar como última alternativa.

Visando esse novo nicho de mercado, o absorvente reutilizável é um produto muito bem visto por naturalistas e ambientalistas. Ele pode ser reutilizado por quatro a oito anos, o que significa milhares de produtos descartáveis a menos nas lixeiras, campos e mares, menos químicas nas águas e no solo e custos reduzidos, direta e indiretamente, ao consumidor.

No Brasil, o novo produto já começou a ser comercializado, na forma de um absorvente de pano (algodão) constituído por uma capa e duas camadas internas. Segundo o fabricante, as mulheres adeptas desse novo produto compram entre seis e doze absorventes que duram vários anos.

Felizmente, não preciso mais de absorventes. Mas acredito que não suportaria voltar a viver como no tempo da minha mãe e avó, que usavam as antiquadas toalhinhas de pano. Eca!

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