07/05/2009

Minha poodle-lata

Será que eu conseguiria desenvolver qualquer tipo de afeto por um...ganso? Sim, porque depois que a minha poodle Ully se for - e eu espero que não seja tão cedo - nunca mais quero saber de cães na minha casa. Se precisar de um animal para guardar minha residência, será um ganso.

Não que eu não goste de cães. É por isso mesmo que não os quero mais. Sofro quando eles sofrem. Quase morro junto. Nesses dois últimos dias minha função é cuidar da minha cachorrinha de dois anos, que passou pela sua terceira crise convulsiva. Anteontem, depois de medicada, dormiu o dia todo. Ontem, mal conseguia se sustentar nas patinhas, trombando nas paredes e totalmente sem senso de direção. Hoje já está melhor, mas ainda caminha como se estivesse dopada.

Na primeira vez foi um corre-corre aqui em casa. De uma hora pra outra, ela caiu no chão e ali ficou, se debatendo e sem coordenação. Babava, se esticava toda, estava ardendo de febre. Enrolei ela numa toalha e parti para a primeira clínica veterinária que pude me lembrar e lá ela foi muito bem tratada - e muito bem cobrada. Fiquei 4 meses pagando a fatura do cartão.

A segunda crise veio antes que eu tivesse terminado de pagar a minha dívida. Aí veio o desespero maior, além da dor de ver minha bebê naquele estado. Lembrei-me que todo pet shop tem veterinário e corri para lá, na esperança de poder tratar dela sem gastar o que eu não tinha. Encontrei um profissional abençoado, que tirou ela da segunda crise.

Quando eu já estava quase acreditando que ela nunca mais teria nada, veio a terceira. Felizmente, eu não estava em casa para presenciar, porque fico desorientada, apavorada, em pânico. Meus ex-sogros cuidaram dela e só me telefonaram quando tudo estava sob controle.

A primeira veterinária atestou sua doença como sendo a doença do carrapato, mesmo o exame de sangue tendo dado negativo. Agora tem-se a suspeita de que seja epilepsia canina, e ela está sendo tratada com Gardenal, um anticonvulsivo. A epilepsia normalmente é hereditária, mas os ataques podem ser ocasionados por outros fatores, como envenamento, vermes e até chocolate, que contém teobromina, muito tóxica para cães. Os ataques epiléticos podem acontecer a qualquer momento e não tem um "aviso" que precedem novos ataques.

Hoje fiquei muito feliz quando a encontrei à porta, esperando eu chegar do trabalho. Lentamente, ela está voltando à rotina, à normalidade.

A doença não tem cura, mas é importante que você fique junto com com seu cão, verifique a duração do ataque, segure seu animalzinho e tente acalmá-lo, não faça muito barulho e não deixe outros animais por perto. E, claro, chame o médico veterinário, pois além de ser uma doença perigosa (principalmente para os mais idosos) tem casos que necessitam de tratamento urgente, como os ataques que ultrapassam dos 5 minutos (os da Ully duraram uma eternidade). E, principalmente, ame e não abandone: esse foi você que escolheu para dividir seu espaço e sua vida.

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