03/11/2007

RG - por Claudia Letti

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Eu não sou esta que anda pela rua, que trafega nas estradas, que enche a bolsa de papeizinhos sem identificação. Não sou a que morre de amores, a que renasce a cada paixão, a que se infiltra nos seus sonhos sem pedir licença. Não sou uma, mas muitas. Mitificada no feminino e discriminada nas esquinas.

Eu não sou apenas a mulher do homem que escolhi, mãe do filho que pari ou ainda um enxerto na carência de muitos. Sou todas e nenhuma. Portanto desconfie de qualquer uma delas. Você pode estar diante de uma franca ou uma dissimulada. Depende mais e sempre do olhar de quem vê.

O que importa não é quem eu sou, mas sempre a que eu posso ainda vir a ser. E, ao passear seus olhos por aqui, não esqueça: uma mulher, não importa qual, sempre é um mistério exposto.

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