04/12/2008

Monteiro Lobato

Meu falecido avô tinha uma biblioteca bem variada e rica e eu, na minha infância, me perdia entre tantos livros fascinantes. Mas eu gostava mesmo era de ler Monteiro Lobato e viajava na imaginação com as diversas histórias da boneca de pano falante e de tantos personagens interessantes.

Poucos sabem, mas além de campeão de vendas de livros infantis, Lobato foi também um empreendedor ousado e de vanguarda, nacionalista ferrenho e um homem de idéias próprias, que por vezes lhe custaram perseguições e prisões.

A maioria de seus livros infantis se passavam no Sítio do Picapau Amarelo, um sítio no interior do Brasil, tendo como uma das personagens a senhora dona da fazenda Dona Benta, seus netos Narizinho e Pedrinho e a empregada Tia Nastácia. Esses personagens foram complementados por entidades criadas ou animadas pela imaginação das crianças na história: a boneca irreverente Emília e o aristocrático boneco de sabugo de milho Visconde de Sabugosa, a vaca Mocha, o burro Conselheiro, o porco Rabicó e o rinoceronte Quindim.

No entanto, as aventuras na maioria se passam em outros lugares: ou num mundo de fantasia inventados pelas crianças, ou em histórias contadas por Dona Benta no começo da noite. Esses três universos são interligados para a histórias e lendas contadas pela avó naturalmente se tornarem cenário para o faz-de-conta, incrementado pelo dia-a-dia dos acontecimentos no sítio.

Monteiro Lobato sempre dizia que queria fazer livros em que as crianças morassem e criou um cenário mágico, o Sitio do Pica Pau Amarelo. Foi uma revolução. Com Monteiro Lobato, as crianças descobriram que a aventura podia deixar os castelos de contos de fadas e chegar ao mundo que viam ao redor. O autor era ousado, escrevia como as pessoas falavam.

Preocupado com a educação brasileira, ele pôs Geografia, História e muito mais nas narrativas. O resultado é uma obra que se mantém viva e é útil para ensinar todas as disciplinas de primeiro grau. Monteiro Lobato escreveu mais de 4.600 páginas apenas na obra infantil.

“Numa casinha branca, lá no Sítio do Picapau Amarelo, mora uma velha de mais de 60 anos. Chama-se Dona Benta”.

É nesta casinha, descrita pelo escritor Monteiro Lobato no primeiro capítulo de Reinações de Narizinho, que vivem Lúcia, a menina do nariz arrebitado, Emília, a boneca de pano com sobrancelhas de bruxa, e tia Anastácia, a responsável pelos mais deliciosos quitutes saídos do forno à lenha.

Para quem tem TV por assinatura, o Sítio do Picapau Amarelo volta ao Canal Futura no dia 8 de dezembro, trazendo a fazenda de Dona Benta e os mais incríveis personagens criados por Monteiro Lobato adaptados para a televisão.

As aventuras são passeios pelos livros do autor, com adaptações para os dias atuais, vividas entre seres fantásticos, mitológicos, assustadores e muito queridos. Narizinho e a boneca Emília têm a companhia de Pedrinho, o primo da cidade grande que vem passar férias na fazenda, e Visconde de Sabugosa, um sabidíssimo sabugo de milho.

No primeiro episódio da série, os preparativos de todos no Sítio para a tão esperada vinda de Pedrinho para as férias. Enquanto tudo é arrumado, Narizinho embrenha-se no Reino das Águas Claras e vive confusões dignas de conto de fadas, em busca de seu Príncipe Escamado...

Sítio do Picapau Amarelo estréia dia 8 de dezembro, segunda-feira, e vai ao ar de segunda a sexta, às 10h, 15h30 e 19h30.

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