28/07/2009

Os campeões de edições passadas!


No limiar de mais um programa NO LIMITE, veio-me a curiosidade de saber o que aconteceu com os três ganhadores das três edições anteriores: Elaine, Léo e Rodrigo. Elaine conta uma história triste de glórias e de fracassos, de riqueza súbita e de retorno à pobreza. Durante um ano, ela teve carta branca para freqüentar um centro de estética e receber sessões de massagem e relaxamento de graça. Comeu do bom e do melhor nos eventos em que era convidada para contar o que aprendeu nos 25 dias em que ficou numa ilha do Ceará, em meados de 2000, quando participou do primeiro reality show da tevê brasileira, o No Limite, da Globo.

Vencedora, levou R$ 300 mil e um carro novo, chegou a ficar sete meses sem pisar num supermercado e a receber 1.500 cartas por mês. Lançou livro, virou garota-propaganda de loja de departamentos e teve o rosto estampado em outdoor na ponte Rio-Niterói. “Um dia eu era a Elaine que trabalhava num salão de cabeleireiro, a mãe, a dona-de-casa e, no mês seguinte, virei uma estrela”, conta Elaine Cristina Cosmo de Melo, 37 anos.

A vida de Elaine deu uma volta depois da vitória na gincana da Globo, que deu picos de 55 pontos de audiência. Antes da fama, ela acordava às 7h, pegava um ônibus para trabalhar e almoçava no salão de beleza em troca de R$ 2 mil mensais como assistente de cabeleireira. Largou o antigo ofício, fez cursos de tevê, aulas de teatro e pensou que nunca mais iria dar tesouradas – afinal, ganhava dez vezes mais com um contrato publicitário. “Eu poderia ter dado um salto maior, ter trabalhado mais, se tivesse a carreira bem planejada”, diz Elaine. “Mas arranjei dois empresários picaretas. Eles espalharam que eu cobrava R$ 30 mil, R$ 40 mil para aparecer em festas

Assim, a carreira na tevê não vingou – recebeu e recusou um convite para a Rede Gospel –, a peça que ela ensaiava não entrou em cartaz, do livro que lançou recebeu apenas R$ 172 de direitos autorais sobre os alegados 10.000 exemplares vendidos e seu cachê foi desvalorizando até os R$ 2 mil atuais. Depois de um tour de um ano pelo mundo da fama, Elaine não era mais cercada por fãs e tornou a atender antigas clientes em domicílio. “Voltei a me manter cortando cabelo”, diz ela, que ganha R$ 3 mil.

“Não tive um terço do respaldo que a Globo dá aos participantes do Big Brother. Fomos as cobaias e eles tiveram as carreiras alavancadas.” Para compor o orçamento, o marido de Elaine, que vendia cartelas de bingo, hoje usa o carro que ela ganhou para transportar crianças. “R$ 300 mil não é um prêmio milionário. É um bom prêmio para quem não tinha nada”, diz Salomão dos Santos Filho. Ele e a mulher não tinham muita coisa mesmo. Moravam nos fundos da casa da mãe de Elaine, num quarto, sala, cozinha e banheiro construído no espaço da garagem. Uma cortina de plástico dividia o espaço do casal com o quarto das filhas Manoella, 11, e Letícia, 5, que trocaram a escola pública por uma particular e se divertem na internet.

Elaine, que hoje pensa em pedir uma bolsa de estudos para manter as filhas na mesma escola, quase comprou uma casa de R$ 200 mil, mas optou por um apartamento de três cômodos próximo de onde morava, de R$ 100 mil. Viajou ainda para o Chile, Salvador, Fortaleza. “Faltou ir para a Disney. Mas não dava para levar todo mundo, iria gastar muita grana. Pensei: ‘Ou Disney, ou pagar a escola das meninas’.” Com o restante do prêmio que ganhou, ela e o marido compraram um estacionamento, mas meses depois descobriram que o imóvel tinha R$ 18 mil de multas. “Tomei um tombo”, conta ela, que hoje tem 12 quilos a mais que na época do programa.

A falta dos holofotes, porém, não roubaram a simpatia e o carisma de Elaine. Graças a essas qualidades, usa a imagem para campanhas de câncer e outros trabalhos de cunho social – também já foi jurada de concurso de drag queen. “Posso fazer o bem para outras pessoas. Não dá retorno financeiro para mim, mas Deus dá retorno de outras maneiras”, conforma-se. “Acabou o dinheiro? Acabou, mas eu sei trabalhar, meu marido também. A casa da gente é feliz, tem harmonia, tenho minha mãe, meus irmãos, minhas filhas com saúde. Dinheiro não é tudo. Foi ótimo. Mas a experiência valeu mais do que os R$ 300 mil.”

Sobre Léo, campeão da segunda edição de No Limite, não consegui encontrar nada. O que sei é que ele era de Goiás, que estudava Engenharia da Computação e tinha planos de fazer mestrado, doutorado e ter uma vida acadêmica fazendo pesquisas. Para ganhar dinheiro, a meta era investir no mercado financeiro.


Capitão Rodrigo, da equipe "Água", foi o campeão da terceira edição de "No Limite", ele disputou a final com Hérica e Tatiana, embolsando um total de R$ 302,5 mil - R$ 2,5 mil por sua participação e R$ 300 mil pela vitória -, mais um carro zero-quilômetro. Hérica ficou em segundo e Tatiana, em terceiro. As duas também receberam carros zero-quilômetros e R$ 50 mil cada uma por terem ido à final. Capitão, que havia sido eliminado e quase desistiu, decidindo continuar apenas na última hora, venceu a repescagem em uma disputa com Adriana. Ambos tinham que destruir a imagem um do outro, impressa em um vidro. Para isso, teriam que jogar nela uma machadinha em chamas. Prevaleceu a força e a pontaria do militar. Capitão era um dos integrantes mais irreverentes da disputa. Com seu sotaque arrastado, o policial militar de Natal (RN) foi um dos poucos que se deu bem com todos os participantes e gostava de passar seus tempos livre em uma rede, dormindo. Na final, ao ser anunciado que era o campeão, ficou sem reação, sendo abraçado pelos companheiros, principalmente o pastor Pedro, que era seu companheiro de equipe.

Rodrigo, ao contrário de Elaine, soube investir o dinheiro do prêmio, comprando uma casa para morar, mobiliando-a e tocando os eletrodomésticos velhos. O resto do dinheiro foi aplicado. Hoje, o Capitão está muito bem, apesar de nunca ter tido oportunidades para fazer comerciais, participar de eventos e de campanhas publicitarias. Muito simpático e comunicativo, Rodrigo ficou famoso no bairro onde reside. Guarda boas lembranças do reality, mas tem mágoas da Globo, que o ignorou desde o momento em que terminou o programa. Nem no Faustão ele foi convidado a ir, tampouco no Fantástico, como aconteceu com os vencedores das edições anteriores.

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