10/12/2008

Branca de Neve cresceu!

Princesas perdem a linha em continuação de Branca de Neve para adultos

Entra em cartaz nesta sexta-feira a animação para adultos “Branca de Neve depois do casamento” (“Blanche-Neige: la suite”), do belga Picha, que mostra o que teria acontecido após o casamento da bela dos bosques com o príncipe encantado. Mas não de uma maneira Disney, e também bastante distante do que acontece nos filmes da série “Shrek”; que, como este, brinca com os contos de fadas. Aqui, a abordagem é bem mais picante e beirando o erótico.

Quem conhece o trabalho de Picha (pseudônimo de Jean-Paul Walravens), já sabe o que esperar. Ele ganhou renome através de cartuns satíricos na imprensa em geral (jornais e revistas), tendo começado a desenhar aos 18 anos, na década de 1960. Em 1968, foi para Nova York e teve trabalhos publicados em revistas importantes como “Time”, “Harper’s Bazaar” e na extinta “National Lampoon”. O público brasileiro deve lembrar de seu primeiro desenho longo para cinema, “A vergonha da selva” (1975), que brincava com o personagem Tarzan, que foi um sucesso de bilheteria na Europa (mas, nos Estados Unidos, lhe rendeu processos por parte dos herdeiros de Edgard Rice Burroughs). Aqui, o filme só chegou alguns anos depois, já na década de 1980, por causa de censura de então.

De lá para cá, Picha desenvolveu outros projetos para TV, mas só no ano passado voltou ao longa para cinema. Nesta seqüência maluca de Branca de Neve (que é narrada por Stephen Fry na versão em inglês, a que vai passar aqui), vemos o príncipe às voltas com as demais princesas dos contos de fadas. Como é seu trabalho socorrer e beijar toda princesa que esteja morta ou precisando de ajuda, ele acaba se envolvendo com a Bela Adormecida (que revela-se uma bitch de primeira) e também com Cinderella. Mas seu pior pesadelo é a Fada Madrinha, que, há muito sem transar (tem mais de 3 mil anos!), arma uma trama a fim de levar o príncipe para a cama e o deixar mal com as princesas. As cenas não são muito pesadas, mas rola nudez e termos de baixo calão, mas nada muito chocante.

A produção em si é caprichadísima. O desenho é muito bem feito, principalmente na parte das cores, e sua animação ainda é a moda antiga, usando acetatos em vez de computação digital, o que lhe dá um acabamento e profundidade que já não vemos mais hoje em dia. O traço de Picha também fugiu ao máximo do estilo Disney, com tipos longilíneos e adequados a cada universo dos originais. A trama também envolve tipos como um ogro, o Pequeno Polegar, os Sete Anões e Chapeuzinho Vermelho, que se encontram num baile de gala, que acontece no auge do filme.

Então, cuidado na hora de passar na porta do cinema e tentar explicar a seus filhos menores por que eles não podem entrar para ver: “Branca de neve depois do casamento” é desenho animado, tem tipos de clássicos infantis, mas não é adequado para crianças. No máximo, para adolescentes maiores de 16 anos. E fãs de sátiras.

Fonte: Globo.com

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